segunda-feira, 12 de abril de 2010

Reflexões de um professor não derrotado!!!

Professor, palavra bonita, de grande prestígio social, pelo menos em um certo tempo da nossa história porque hoje não podemos pensar dessa forma. Ser um mestre hoje é como o indivíduo estar em uma arena romana esperando só o momento do golpe final. É assim que me sinto e conversando com muitos amigos da área a impressão não é diferente. A cada dia somos levados a um desestímulo geral, pela falta de incentivos e de melhores condições de trabalho e salário digno com poder de compra real. Quando falo real é no tocante a compra de livros, viagens, revistas e qualidade de vida para que possamos desempenhar bem nossas funções. Esta inclusive está sendo ameaçada, pois os números de professores que ficam doentes a cada ano ultrapassam as expectativas, nervosismo, laringite e faringite constante, calo nas cordas vocais, distúrbios provocados por agressões físicas e verbais, envelhecimento precoce, bom vou por aqui, não pretendo fazer ninguém chorar e sim refletir. Mas infelizmente o que encontramos pelo caminho é professores que se calam por tão pouco, ver o governo como "pai", aquele que paga curso de especialização, entrega computadores, faz e acontece. Uma verdadeira "onda midiática" que constrói todo um discurso, levando a sociedade a acreditar que realmente a educação vai bem. Somos levados por uma onda assistencialista, onde o governo "dar" aos alunos canetas, fardamentos, livros e cadernos, onde muitos esquecem que tudo isso fazem parte de nossos impostos. Nada vem de graça neste país. Os jornais notificam imagens de sucesso, os números indicam que tudo vai bem, porém sabemos que as coisas não caminham por este patamar. A realidade de nossa educação é outra, quando falamos ou exigimos nossos direitos somos tidos como "perdedores", como se estivéssemos no Coliseu, onde os imperadores davam o veredicto final. Somados a luta salarial, estão às garantias do professor expressa no estatuto que está sendo burlados, os números excessivos de alunos em sala de aula ultrapassando todos os limites para que de fato ocorra uma relação ensino e aprendizagem sem falar na precariedade de muitas escolas esquecidas de cada região. Fico em dúvida o que seja qualidade. Será que qualidade de ensino é mascarar números para tudo funcionar? Será que ter 60 alunos em sala de aula em um ambiente quente com apenas dois ventiladores é um local privilegiado para aprender? Contando isso, parece para alguns um desabafo, não amigos deixo isso para o Roberto Carlos, é na verdade uma situação que estamos vivenciando nas escolas públicas, tudo não passa de propagandas para conformar a sociedade. Nossa educação é de “gabinete”, eles decidem, fazem e acontecem, elaboram planos e formas de avaliação, esquecem da realidade de cada comunidade, das dificuldades de cada professor, e de cada aluno. Existem contextos e situações diferentes. Não sou pessimista, mas se a mudança do país será realizada com educação, a coisa está difícil para acontecer, falta muitoooooooooooooo para que nosso país atinja esse ápice de desempenho. Falta compromisso dos nossos políticos, vergonha na cara para aplicarem o dinheiro de forma correta ao invés de escolher outro destino para ele, tentar mudar aspectos deste cenário fazem parte da nossa luta enquanto cidadão. Não será com leituras de gabinetes, mas leituras sociais, pondo a ética tão discutida nos meios acadêmicos e juristas, mas tão esquecida na hora da sua prática. Onde estão as políticas públicas desta nação? O que é ser professor neste Estado? O que fazem esses deputados, além de abrir edições extraordinárias para condecorar personagens com título “cidadão pernambucano? Espero que a resposta não fique com o samba enredo: É Segredo. Concordo co a letra do Caetano: “alguma coisa está fora da ordem mundial ou será estadual?”

Nenhum comentário:

Postar um comentário